domingo, 8 de fevereiro de 2009

O Advogado do Diabo

Noite passada eu assisti pela centésima vez o filme The Devil's Advocate (do qual gosto bastante). Mas mais do que uma brilhante história sobre advogados (motivo que me levou a ver o filme pela primeira vez), o que mais gosto do filme é uma das cenas finais, o dialógo final entre o diabo (John Milton) conversa com o Kevin Lomax. Mais especificamente gosto da citação do John:
Deixe-me dar um pouco de informação privilegiada sobre Deus. Deus gosta de observar. Ele é travesso. Pense nisso: Ele dá homem instintos. Ele lhes concede esta dádiva extraordinária, e então o que faz, eu juro, para o seu próprio divertimento cósmico, ele estabelece regras opostas. Isto é a maior gozação de todos os tempos. Olhe, mas não toque. Toque, mas não prove. Prove, mas não engula. hahaha. E enquanto você está pulando de um lado para o outro, o que é que ele faz? Ele ri. Ele é um doente. Um sádico, um senhorio relapso. Adora-lo? Jamais.
Para começar, devo dizer que a explicação dele faz bastante sentido. Afinal, quem em sã consciência poderia dizer que o Deus cristão, conforme descrito pelo Catolicismo e pelos Protestantes não faz exactamente o que o "diabo" diz? Mas, antes de me xingar, por favor pense um pouco.

Aliás, essa história de "advogado do Diabo" é uma história cristã (pausa para a cara de espanto). Originalmente o advogado do diabo (latim: advocatus diaboli) era um advogado, contratado pela Santa Sé, para investigar os candidatos a santos e seu dever era olhar cepticamente o processo, procurando lacunas nas provas de forma a poder dizer, por exemplo, que os milagres supostamente feitos eram falsos. A sua função contrastava com a do promotor da fé (latim: Promotor Fidei) cuja atribuição era exactamente o contrário.

Como vemos, tanto o Diabo quanto seu advogado nasceram por causa do Cristianismo.