domingo, 20 de junho de 2010

Afeganistão - guerra e minérios

Quando, em 2001, os Estados Unidos resolveram criar uma "cruzada contra Osama Bin Laden" (em represália contra os Ataques de 11 de Setembro), por um tempo ninguém questionou os motivos deles - por serem "óbvios".

Mas quando, depois de mais de 9 anos de "procura", os militares americanos ainda não acharam o sujeito (deve ser realmente difícil pesquisar num país que é menor que o estado do Texas), alguns começaram a questionar os verdadeiros motivos para os Estados Unidos estarem ainda no meio do deserto afegão.

Pois bem, essa semana o motivo veio a tona. E se você era um dos pobres iludidos que imaginavam que os Estados Unidos estavam a tentar combater o terrorismo no Médio Oriente, sinto desapontá-lo (quer dizer, na verdade não sinto). Então vamos lá, o motivo é a módica quantia de mais de 1 bilião de dólares! (1 trilhão - se usarmos a nomenclatura do Brasil)

Aí você, que passou a semana vendo a Copa do Mundo e não viu o noticiário (e antes de você se sentir culpado, perceba que o facto de lançarem a notícia no meio da Copa é intencional para diminuir a visibilidade dela), pergunta: 1 bilião de dólares em que? Em petróleo?

Não, meus queridos. Em cobre, lítio, ferro, ouro e cobalto. Aí vocês dizem: O ouro tudo bem, mas porque cargas d'água o cobre, o lítio e o resto valeriam tanto? Simples meus queridos. Abram vossos telemóveis e me digam de que é feito a bateria deles. Se tiverem preguiça eu digo: Lítio! E o Afeganistão tem tanto Lítio quanto a Bolívia - que é o maior produtor deste minério no mundo. Com relação ao cobre, que é um metal com "poucas" aplicações, o Afeganistão tem reservas para se tornar "um dos maiores exportadores mundiais" do minério. Com o ferro passa-se o mesmo. (fonte)

Agora, vocês devem dizer: Béria, isso é teoria da conspiração. Só porque descobriram agora as jazidas, não quer dizer que é por isso que os Estados Unidos estão lá há 10 anos. E vosso argumento tem lógica, e eu concordaria com ele... se não fosse um pequeno detalhe: Quem descobriu as jazidas foram os soviéticos na década de 1980 (não, vocês não leram errado - foram os soviéticos mesmo, e há quase de 30 anos). O problema é que tais descobertas ficaram esquecidas quando da saída destes do Afeganistão, e só "vieram a tona" em 2004 (e de novo, vocês não leram errado, faz 6 anos que os Estados Unidos sabem disso) quando os "cavaleiros-do-bem" estadunidenses resolveram criar um programa de melhoria da economia americana ops, afegã. Foi aí que eles descobriram "acidentalmente" os documentos soviéticos sobre as jazidas de minério.

Não vou dizer que foi tudo dado de mão beijada para os norte-americanos. Não! Eles pelo menos fizeram os estudos para estimar quanto podiam lucrar com isso ops de novo... para determinar o tamanho das jazidas de minério. Ficaram tão felizes com os estudos preliminares (de 2006) que fizeram um detalhado (em 2007). E, em 2009, foram validados pelo Pentágono num terceiro estudo. (fonte)

Só me vem a pulga atrás da orelha por causa das datas. Vocês repararam? "Descobrem" em 2004, estudam em 2006 e 2007, obtêm resultados surpreendentes e só resolvem validar os dados dois anos depois?? E nem tocaram nas jazidas nesse tempo?? Sei! E eu sou o capuchinho vermelho!

Agora, para poder "desenvolver a indústria" os afegãos vão precisar de um governo estável. E quem são os paladinos da paz e da prosperidade que resolveram ajudar a organizar o governo afegão? Quem, quem?? Pois....

Em resumo: Os afegãos tem os minérios, mas duvido que vá ver um único dólar proveniente deles por muito tempo. Isso se o "Bin Laden" não atacar de novo, e os Estados Unidos resolverem que "para manter a paz mundial" precisam anexar o Afeganistão.

É como já diria o ditado: "Quando a esmola é demais...."