
Dança comigo?
Váleria já ouvira falar dessas coisas... mas jamais acreditara em vampiros! Oras... aquilo era uma lenda (uma lenda antiga... mas ainda sim lenda). Os livros confirmavam. Apesar disto... sempre gostou de ler sobre eles e mantinha a precaução de nunca sair de casa sem o cruxifico pendurado ao pescoço.
Um dia... quando passeava pelas ruas - como sempre, lendo - tropeçou, e só não caiu pois foi amparada por um desconhecido. Seriamente embaraçada (afinal, ela tinha o hábito de andar e ler a anos e nunca havia tropeçado) agradeceu a ajuda... e já se preparava para ir embora, quando o desconhecido lhe disse algo qu a intrigou: "Cuidado por onde anda... e o que deseja!" Virou-se para perguntar o porquê da frase... mas ele havia sumido.
Ela ficou com aquela frase na mente. Afinal, o que ele pretendia com ela? Com que direito teria dito isso?
Naquela noite, enquanto se preparava para dormir, Valéria ainda refletia sobre a frase dita pelo estranho... quando sentiu que alguem a observava e virou-se ... mas nada viu de estranho. E nem poderia ter visto... seu quarto estava trancado. Tinha que ser por causa daquela maldita frase... nunca imaginara coisas antes.
No dia seguinte, ao acordar, a sensação de que havia algo estranho no seu quarto permanecia. E logo se deu conta da razão: Em sua janela havia um bilhete, bilhete esse que não estava lá quando ela fora dormir. Dizia ele:
"Lembre-se de ter cuidado com o que deseja. Só entro onde sou convidado!"
Não havia assinatura, nem qualquer outra indicação do rementente, mas Valéria tinha certeza de quem havia escrito aquilo. Mas como ele teria descoberto onde ela morava? E o que ele queria dizer com aquele bilhete? Eram muitas perguntas e nenhuma resposta.
Valéria estava sentada diante de seu espelho que refletia seus olhos profundos e faiscantes... quando sentiu que não estava só em seu quarto...
Béria Lima"Vivê-l[a] em cada vão momento
E em seu louvor espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento."
"Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos
e os corações aos tropeços.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, ou amor,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos...
Não se deixe morrer lentamente!
Não se esqueça de ser feliz!"